quarta-feira, 13 de abril de 2011

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)


 
Ocorre predominantemente nos indivíduos maiores de 40 anos e de sexo masculino.
Geralmente o paciente portador de (DPOC) possui sintomas de bronquite crônica (BC) e enfisema, mas a tríade clássica também inclui asma podendo por vezes se manifestar com pacientes bronquiectásicos de acordo com Lester Kobzik (Robbins – 1994). A maioria dos casos é secundária a abuso do tabaco, mas também pode ser por fibrose cística, deficiência de alfa1 antitripsina e bronquiectasias.
A DPOC é uma mistura de basicamente três processos patológicos distintos, que se combinam para formar o quadro clínico final, lembrando que a alteração comum em todos os tipos é a obstrução do fluxo de ar durante a expiração. Esses processos são a bronquite crônica (BC), o enfisema pulmonar e menos freqüente, a asma. Cada caso de DPOC é único na intensidade desses três processos, mas há dois tipos principais da doença.

No primeiro tipo a BC (Bronquite Crônica) é o principal determinante no processo. A BC é caracterizada por uma produção excessiva de muco na árvore brônquica, com tosse produtiva crônica ou recorrente durante pelo menos três meses por ano, por dois anos consecutivos, não resultantes de causas aparentes, como bronquiectasias, tuberculose ou outras doenças que possam causar sintomas idênticos. Não existe uma causa definida para bronquite crônica, porém vários fatores podem contribuir como: tabagismo, infecções do trato respiratório e poluição atmosférica. Na maioria dos casos, a doença resulta em uma somação desses fatores, entre os quais o tabagismo ocupa o primeiro lugar. É a inflamação e secreção de muco que determina o componente obstrutivo da BC. Em contraste com o enfisema, o leito capilar está relativamente preservado. Há um decréscimo da ventilação e o organismo responde com um aumento do débito cardíaco.
Isso resulta em uma circulação rápida em um pulmão pobremente ventilado, levando a hipoxemia e policitemia. Eventualmente, hipercapnia e acidose respiratória aparecem, levando a vasoconstrição arterial pulmonar.

O segundo tipo predominante é constituído pelos pacientes cujo enfisema é o processo subjacente primário. Enfisema é definido como uma alteração anatômica caracterizada pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal não respiratório, acompanhada por alterações destrutivas das paredes alveolares. As lesões surgem por mecanismos obstrutivos e enzimáticos ou oxidativos. O tabagismo é a principal causa. A fisiopatologia envolve destruição gradual dos septos alveolares e destruição do leito capilar pulmonar, levando a um crescimento da incapacidade de oxigenar o sangue. Há uma diminuição do débito cardíaco e hiperventilação compensatória. Isso resulta em um fluxo sanguíneo limitado em um pulmão superventilado. Devido à diminuição do débito cardíaco, o resto do corpo pode sofrer de hipoxemia tecidual e caquexia respiratória. Eventualmente esses pacientes desenvolvem diminuição da massa muscular e perda de peso. Na fisiologia normal durante a inspiração toda árvore brônquica se dilata e se alonga sendo que na expiração a luz brônquica diminui fazendo com que a inspiração seja temporalmente mais breve do que a expiração, mais prolongada. No enfisema pulmonar esta propriedade se torna ainda mais redundante de forma suficiente para se fazer obstante ao esvaziamento completo dos alvéolos.


Referência: Fisiopatologia Respiratória. Prof. Pablo Fabrício Flôres Dias.
http://www.sogab.com.br/fisiopatologiarespiratoria.pdf

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